PF inicia projeto que desenvolve biocombustível a partir de maconha apreendida

Foi iniciado um estudo no Pará (PA), pela Polícia Federal com um projeto de geração de biocombustível utilizando maconha apreendida como matéria-prima. O projeto chamado “Cannabiocombustível” foi realizado com o apoio das Universidades Federais do Pará e de Santa Catarina (UFPA e UFCS) com a intenção de gerar biocombustível a partir das decomposições da maconha.

De acordo com o Perito Criminal Federal Antônio Canelas o reator já tem produzido bio-óleo que pode ser destilado para gerar gasolina, diesel e querosene verdes. Porém, essa pesquisa está em fase de ajuste para chegar em um método mais eficaz e gerar um combustível de melhor qualidade.

Além disso, o processo pode ajudar na despoluição de águas residuais ou como fertilizante, através da produção de biocarvão, podendo também servir como conservante de alimentos ou fungicida.

Iniciado há dois anos no laboratório da Superintendência da PF, o estudo ainda está em fase inicial, e os produtos gerados pelo processo de ruptura molecular da maconha podem ter aplicações desconhecidas, inclusive propriedades medicinais. O processo, que pode atingir até 500ºC e processar mais de 1000 kg da droga em 24 horas, visa também gerar energia renovável para a cidade que sediará a COP30, em 2025.

A iniciativa reduz custos com armazenamento e logística de drogas apreendidas, além de diminuir riscos de invasões e o deslocamento de grandes aparatos policiais para incinerações em locais distantes. O projeto conta com a colaboração do Prof. Dr. Nélio Teixeira (UFPA) e dos professores Dr. Adriano da Silva e Dra Ana Immichi Bueno (UFSC).

Por: Maria Clara Corrêa

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