Organização de comércio ilegal de cigarros mantinha trabalhadores em condições análogas à escravidão

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira, uma operação para cumprir 21 mandados de prisão contra suspeitos de integrar uma organização criminosa especializada no comércio ilegal de cigarros. A investigação, que começou há dois anos, identificou três fábricas clandestinas em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, uma delas responsável pela exploração de 19 trabalhadores paraguaios resgatados em 2023, que eram mantidos em condições análogas à escravidão.

De acordo com a PF, o local onde eles trabalhavam era deplorável e não tinha condições de higiene básicas. Os trabalhadores dividiam espaço com animais, esgoto a céu aberto e com os próprios resíduos oriundos da produção dos cigarros.

Além disso, os trabalhadores eram submetidos a 12 horas de trabalho por dia sete dias por semana, em dois turnos, inclusive durante a madrugada, sem direito a descanso semanal e sem receber nenhuma remuneração pelos seus serviços.

A operação, que também inclui mandados de sequestro e bloqueio de bens, visa desmantelar o esquema de produção de cigarros falsificados com trabalho forçado. A PF apreendeu veículos de luxo, criptomoedas e R$ 48 mil em espécie durante a ação. O principal alvo, Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como “Adilsinho”, é apontado como herdeiro da contravenção em Duque de Caxias e está entre os detidos.

A polícia estima que a ação tenha causado um prejuízo de R$ 350 milhões aos envolvidos no esquema. Além da fábrica em Duque de Caxias, outras instalações clandestinas foram encontradas em diversas localidades do Rio de Janeiro, como Paty do Alferes e Campos Elíseos.

Por: Maria Clara Corrêa

Imagem: Divulgação/ Gov