Morre Heloisa Teixeira, escritora, crítica Literária e pensadora do feminismo brasileiro, aos 85 anos

A escritora e crítica literária Heloisa Teixeira morreu nesta sexta-feira (28), aos 85 anos, no Rio de Janeiro, devido a complicações de pneumonia e insuficiência respiratória aguda. Ela estava internada na Casa de Saúde São Vicente, na Gávea.
Heloisa, que foi eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL) no ano passado, ocupava a cadeira 30, anteriormente de Nélida Piñon. Ela foi a décima mulher a integrar a ABL, sendo uma das principais pensadoras do feminismo brasileiro.
A escritora se formou em Letras Clássicas pela PUC-Rio, fez mestrado e doutorado em Literatura Brasileira na UFRJ, além de pós-doutorado em Sociologia da Cultura na Universidade de Columbia, em Nova York. Ela também foi diretora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ, onde coordenava importantes projetos como o Laboratório de Tecnologias Sociais e o Fórum M, focado no debate sobre a mulher na universidade.
Recentemente, Heloisa fez uma mudança significativa em sua vida pessoal, optando por adotar o sobrenome de solteira, Teixeira, em vez de Buarque de Hollanda, sobrenome de seu ex-marido.
“Sim, é para mim [a mudança]. Tem uma hora que a ficha cai, principalmente, com a coisa feminista. De repente, falei: ‘Caraca, tenho o nome do marido”.
Heloisa publicou livros marcantes, como 26 Poetas Hoje (1976), que revelou poetas marginais e é considerada um marco na poesia brasileira.
Outros livros de sua autoria incluem:
- “Macunaíma, da literatura ao cinema”;
- “Cultura e Participação nos anos 60”;
- “Pós-Modernismo e Política”;
- “O Feminismo como Crítica da Cultura”;
- “Guia Poético do Rio de Janeiro”;
- “Asdrúbal Trouxe o Trombone: memórias de uma trupe solitária de comediantes que abalou os anos 70”;
- “Escolhas, uma autobiografia intelectual”;
- “Explosão feminista – arte, cultura, política e universidade”; e
- “Feminista, eu?”.
Por: Maria Clara Corrêa
Imagem: Reprodução / TV Globo