21 torcedores do Peñarol seguem em julgamento no Brasil após confusão no Recreio

Vinte e um torcedores do Peñarol, clube uruguaio, seguem no Brasil cinco meses após terem protagonizado cenas de caos e baderna na orla do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Eles respondem por crimes como corrupção de menores, associação criminosa e rixa.
Dois deles estão presos no Complexo Penitenciário de Gericinó e outros 19 estão em liberdade provisória, usando tornozeleira eletrônica e estão proibidos de deixar o Brasil. Todos estão em uma residência alugada pelo clube uruguaio. As prisões ocorreram antes do jogo de ida da semifinal da Libertadores no ano passado, entre Botafogo e o time uruguaio.
O tumulto no Recreio dos Bandeirantes deu origem a 8 processos: 3 estão no Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, e outros 5 estão distribuídos para varas criminais do TJ.
Os assessores jurídicos do Procurador-geral de Justiça, do Ministério Público estadual do Rio, avaliaram, em 2024, que a competência sobre o caso era das varas criminais. Sobre um processo envolvendo 10 torcedores uruguaios, o TJ informou em 9 de janeiro que o Juizado do Torcedor acolheu a petição do MP e arquivou a investigação sobre punição para quem promove tumulto em eventos esportivos.
Por essa razão, o juízo negou a competência para uma das varas criminais da Capital, segundo o tribunal.
Outros 3 processos seguem no Juizado do Torcedor com entendimento de que o tumulto tem a ver com a semifinal que seria jogada horas depois entre Botafogo e Peñarol.
“Estamos trabalhando para que tenhamos uma definição em breve. Imagine que a vida desses torcedores parou. Eles saíram do país deles para um jogo que não terminou até hoje”, alega o advogado Eduardo Benfica, que defende os uruguaios.
Durante esses cinco meses, o grupo já trocou 3 vezes de residência por medida de segurança e já foram ameaçados por torcidas organizadas de clubes cariocas.
Por: André Zamora
Foto: Divulgação