Diarista presa injustamente por engano em delegacia do Rio relata trauma e dificuldades após liberação

Um dia depois de ser libertada, a diarista Debora Cristina da Silva Damasceno, confessa que não consegue descansar ao refletir sobre o período em que esteve presa injustamente. Ela procurou a delegacia em Petrópolis, na Serra do Rio de Janeiro, para relatar um caso de violência doméstica e acabou sendo detida por tráfico de entorpecentes e associação criminosa em nome de outra pessoa.

“Foi desesperador. Porque você não dorme, fica apavorada. Desde que saí ontem, eu não consigo dormir. Escuto os cadeados fechando, a porta, dormindo no chão. Acho que isso não sai da minha mente tão cedo, talvez nunca mais”, contou Debora.

A mulher está na casa da família, em Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte da capital fluminense. Ela conta que foi até a delegacia denunciar o marido e foi informada que ficaria detida.

“Quando ele terminou de fazer a ocorrência, que eu achei que estava indo embora para casa, ele falou que eu estava sendo detida”, relatou.

Debora disse que chegou a falar que o policial estava enganado, mas o agente não reconheceu o erro. Em comparação com a verdadeira procurada, a diarista tem o nome quase igual, mas tem um sobrenome a mais. Além disso, a foragida da Justiça é de Minas Gerais e 8 anos mais nova.

“Eu falei que ele estava enganado, mas ele disse que não”, contou Debora.

A filiação e o endereço também eram diferentes. A procurada é de Belo Horizonte, de onde o mandado de prisão também era e lugar para qual a mulher nunca viajou. Na audiência de custódia, a Justiça chegou as inconsistências e reconheceu o erro.

Por: Carolina Sepúlveda 

Foto: Reprodução/ TV Globo