Estudo indica que passagem do metrô do Rio poderia ser até R$1,70 mais barata

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) realizou um estudo que indica que o valor da passagem do metrô do Rio poderia ser até R$1,70 mais barata, caso a concessionária e o governo estadual não tivessem alterado o critério de reajuste. O estudo foi realizado após uma representação do deputado estadual Professor Josemar, do PSOL, que alegou que o valor cobrado não condiz com a realidade e que a passagem deveria ser mais barata

Até 2022, os reajustes eram calculados com base no IGP-M, um índice que subiu expressivamente nos últimos anos, acumulando alta de 42,62% entre 2020 e 2022. Já o IPCA, que mede a inflação oficial, registrou apenas 14,5% no mesmo período. Quando o IGP-M começou a cair, em 2023, a concessionária e o governo do estado decidiram substituí-lo pelo IPCA. Segundo o TCE, a mudança beneficiou a concessionária e elevou indevidamente o valor da tarifa.

O estudo constata que, caso o IPCA tivesse sido adotado antes, no reajuste de 2021, a passagem hoje custaria R$5,80 e, se o IGP-M tivesse sido mantido até agora, o preço seria de R$6,84. Vale lembrar que a passagem do metrô Rio terá mais um reajuste, subindo de R$7,50 para R$7,90, se tornando o meio de transporte com a viagem mais cara do Rio. Em São Paulo, por exemplo, a tarifa custa R$4,90, enquanto em Salvador, o valor é de R$4,10.

O MetrôRio alegou que a mudança no índice foi uma decisão do governo do estado e que os reajustes seguem o contrato validado pela Agetransp. A concessionária também afirmou que a tarifa carioca é mais alta porque não recebe subsídios, ao contrário de sistemas como os de São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Recife, onde o governo cobre parte do custo da passagem.

Já o governo estadual se defendeu, dizendo que, entre 2022 e 2024, concedeu um desconto de R$0,30 na passagem para minimizar o impacto do IGP-M. Além disso, argumentou que a troca para o IPCA evitou um aumento ainda maior, já que, nos últimos 12 meses, o IGP-M subiu mais do que o IPCA. O governo acrescentou que um novo contrato do sistema metroviário está em fase final de assinatura e prevê uma tarifa “mais justa e acessível”, incluindo subsídios com limites para reajustes.

Por: André Zamora

Foto: Wikimedia Commons