Operação destrói ‘resort’ de Peixão no Complexo de Israel construído de forma ilegal

Nesta terça-feira (11), as polícias Civil e Militar fazem uma operação no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, para cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, um dos chefes do Terceiro Comando Puro (TCP). Um dos objetivos é demolir o “resort” de luxo do bandido, construído irregularmente em área de preservação ambiental, com destruição de vegetação nativa e alteração de um curso d’água.
“(Estamos) Destruindo esse símbolo de poder que ele ostenta na comunidade onde ele atua. Isso não pode ser um símbolo de ostentação do crime organizado. Vamos jogar tudo abaixo. Terrorista tem que ser tratado como terrorista”, afirmou o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, ao Bom Dia Rio, da TV Globo.
Um outro alvo dos agentes é uma academia de ginástica, utilizada como um dos locais de reunião da facção. Os aparelhos de exercício do local, todos com o símbolo da bandeira de Israel, adotado por Peixão, estão sendo removidos pelos agentes para a Cidade da Polícia, localizada no Jacarezinho. Devido a uma permissão judicial, eles serão empregados por agentes da lei.
“A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) solicitou a um juiz e o juiz deferiu a busca e apreensão. E esse equipamento o juiz deu o perdimento em favor da Polícia Civil. Agora vamos colocar esse equipamento, de ponta, na Cidade da Polícia à disposição dos policiais”, disse Curi.
De acordo com a investigação da DRE, os locais alvos da ação foram construídos e são utilizados por Peixão para atividades criminosas, incluindo armazenamento de armas e drogas. Um dos endereços, em Parada de Lucas, é de um imóvel de alto padrão, usado como esconderijo e base operacional do bandido.
A operação, de acordo com a polícia, visa ainda a coletar provas que fortaleçam apurações sobre a associação criminosa, bem como apreender materiais ilícitos, incluindo armas, equipamentos eletrônicos e documentos que possam contribuir para desvendar crimes praticados na região.
Além da DRE, a operação conta com equipes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Comando de Operações Especiais (COE), da Polícia Militar.
De acordo com o delegado Moysés Santana, titular da DRE, tudo indica que houve um grande investimento de dinheiro do tráfico na construção o “resort”.
“Inicialmente, ele (Peixão) tentou dar um aspecto de legalidade, inclusive botou aqui antes uma placa de projeto social, com nomes de parlamentares. Os parlamentares foram ouvidos no curso do inquérito e negaram qualquer participação nesse espaço. Logo após ele mudou o nome para Resort Green (verde, em inglês) para tentar dar uma nova cara de legalidade”, afirmou ao Bom Dia Rio.
Durante a operação, três indivíduos foram detidos: um por tráfico de entorpecentes, outro por posse de um coquetel molotov e um rádio comunicador, e o terceiro por receptação, ao tentar deixar a comunidade com uma moto furtada.
No início da ação, houve confronto. Por causa do tiroteio, a circulação no ramal de Saracuruna está restrita. Houve interdição, feita pela polícia, na Avenida Brasil. A situação na via expressa já foi normalizada.
Segundo a SuperVia, a circulação no ramal de Saracuruna está restrita. Os trens se deslocam apenas no trecho Saracuruna X Duque de Caxias e Penha X Central do Brasil. “A SuperVia lamenta o transtorno, mas a medida é importante para segurança de passageiros e colaboradores”, afirma a concessionária.
Já na Avenida Brasil, a interdição ocorreu por volta das 5h e foi feita pela Polícia Militar. Os dois sentidos da via expressa foram fechados. A circulação do BRT Transbrasil também está normalizada.
Por: Carolina Sepúlveda
Foto: Reprodução