Vereador tenta barrar desapropriação da casa de ‘Ainda Estou Aqui’ na Urca para Casa do Cinema Brasileiro

Depois que o prefeito Eduardo Paes anunciou, durante o Carnaval, que o local onde o filme Ainda Estou Aqui, na Urca, seria convertido na Casa do Cinema Brasileiro, a ideia não foi bem acolhida por todos os integrantes da Câmara. A intenção é estabelecer um museu no local. De acordo com Paes, a propriedade será desapropriada e comprada pela administração municipal.

O imóvel, que estava à venda por quase R$ 14 milhões na época do lançamento do filme, teve seu valor praticamente dobrado após o sucesso do longa-metragem, embora o preço final que o município pagará não tenha sido divulgado. Em resposta, o vereador Rogério Amorim (PL), oposição ao prefeito, apresentou um projeto de decreto legislativo buscando suspender a desapropriação da propriedade. Em sua justificativa, Amorim argumenta que o fato de o imóvel ter sido cenário de um filme “não é fundamento jurídico suficiente para justificar a aquisição pelo poder público”. Ele também destaca que o local não possui tombamento histórico e que o valor da propriedade aumentou significativamente após o reconhecimento do filme, passando de R$ 13,9 milhões para R$ 25 milhões.

Paes defende a criação de um espaço de visitação no imóvel, ressaltando sua importância histórica, já que foi ali que o Brasil conquistou seu primeiro Oscar, quase 100 anos após o início da premiação. “Faremos da casa onde foi gravado o filme um lugar de memória permanente da história de Eunice Paiva e sua família, da democracia, além de uma homenagem às duas grandes mulheres que orgulham o Brasil e deram vida a ela – Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, afirmou o prefeito na semana passada.

O imóvel está localizado em um dos pontos mais nobres do bairro da Urca, em frente à mureta, com vistas eternas para a Baía de Guanabara e todo o Aterro do Flamengo.

Por: Carolina Sepúlveda 

Foto: Reprodução