Bairros da zona sul do Rio sofrem ameaça de erosão e perda de faixa de areia

A orla de Ipanema e Leblon, considerada a mais cara do Rio de Janeiro, tem sofrido com a perda de sedimentos, totalizando cerca de 1,5 milhão de metros cúbicos nos últimos anos. Durante ressacas, as ondas invadem o calçadão e, no Leblon, chegam a atingir as pistas da Delfim Moreira. A erosão também afeta Copacabana, especialmente nos postos 4 e 6, onde a faixa de areia é mais estreita devido ao planejamento urbano da década de 70.
Estudos realizados com imagens de satélite desde 2019 revelam uma redução significativa da faixa de areia. Em Copacabana, a distância entre a orla e o mar diminuiu de 164 metros para 109 metros na altura da Princesa Isabel, e de 41 metros para 27 metros na Miguel Lemos, em um período de 10 anos.
O aumento do nível do mar, acelerado pelo aquecimento global, é um dos principais fatores da erosão. A ONU prevê que o nível do mar no Rio pode subir entre 12 cm e 21 cm até 2050, o que trará mais impactos à infraestrutura e aos ecossistemas locais.
Em resposta, a Prefeitura do Rio criou um comitê para estudar o problema, mas ambientalistas alertam para a necessidade de proteger também os ecossistemas naturais. A Secretaria de Estado do Ambiente está desenvolvendo o Programa Rio Clima, com dados e metas para mitigar os efeitos do aquecimento global e preservar as áreas costeiras.
Por: Maria Clara Corrêa
Imagem: Divulgação/ Internet