Camundongos demonstram instinto de socorro após salvar companheiro desacordado, revela estudo

Pesquisadores filmaram camundongos prestando socorro inicial para resgatar outro animal que estava desacordado. A descoberta indica que a atitude de cuidado pode ser mais frequente entre os animais do que se pensava anteriormente.

A pesquisa foi divulgada na semana passada na revista Science, uma das mais respeitadas no campo científico, e exibiu os animais experimentando diversos métodos de reanimação até conseguirem restabelecer a consciência dos camundongos anestesiados.

No experimento, especialistas colocaram dois camundongos em uma gaiola e sedaram um deles. Ao perceber que o companheiro estava inconsciente, o outro rato começou a agir:

Primeiro, deu patadas;
Depois mordeu;
Em seguida, puxou a língua do colega para desobstruir suas vias aéreas e permitir que ele respirasse

Em um dos testes, os pesquisadores introduziram uma pequena bolha de plástico na boca do animal sedado, e o camundongo que prestava socorro retirou a bolha, permitindo que o outro voltasse a respirar.

Segundo os cientistas, a ação não é uma técnica de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). “É mais como usar sais de cheiro forte ou um tapa para acordar alguém ou realizar os primeiros socorros básicos para garantir que uma pessoa inconsciente possa respirar”, explicou um dos pesquisadores, Guang Zhang.

Os pesquisadores analisaram o cérebro do camundongo que prestava auxílio e descobriram que a ação de auxílio era impulsionada por neurônios que liberavam ocitocina nas áreas da amígdala e do hipotálamo cerebral. O hormônio ocitocina participa de outras ações de cuidado em uma vasta variedade de vertebrados.

O artigo também destaca que o comportamento de socorro parece ser instintivo, e não aprendido, pois os camundongos possuíam apenas dois a três meses de vida e nunca tinham presenciado tal ação anteriormente.

Por exemplo, é conhecido que golfinhos, elefantes e chimpanzés exibem esse comportamento. Com esse novo registro, os cientistas sugerem que o instinto de proteção pode ser mais frequente entre os animais do que anteriormente se supunha.

Por: Carolina Sepúlveda 

Foto: Reprodução