Estado do Rio financiará Carnaval partir de 2026 com repasse direto para escolas

Nesta quarta-feira (19), o governador Cláudio Castro anunciou que, a partir de 2026, o financiamento do Carnaval será feito diretamente pelo Estado do Rio de Janeiro, conforme estabelecido na Lei Orçamentária Anual (LOA). Ademais, o pagamento das verbas destinadas às escolas de samba será realizado em duas etapas, assegurando maior estabilidade e organização para o evento.

Até o momento, o financiamento do Carnaval era obtido através da Lei de Incentivo à Cultura, o que gerava dúvidas sobre a liberação dos recursos. Com a alteração, o governo procura estabelecer o apoio à maior celebração popular do país como uma política de Estado, e não apenas de um governo particular.

Durante uma reunião no Palácio das Laranjeiras com líderes das escolas da Série Ouro, o governador explicou que a verba será dividida em duas parcelas:

  • Primeira parcela – paga no ano anterior ao desfile, para a aquisição de materiais e insumos;
  • Segunda parcela – liberada no ano do evento, destinada ao pagamento de pessoal e outras despesas operacionais.

O presidente da Liga RJ, Hugo Junior, celebrou a medida, destacando o reconhecimento do Carnaval como um investimento cultural e econômico. “É um grande momento para a Série Ouro. Quando você inclui o Carnaval no orçamento do governo, está valorizando essa cultura. O Carnaval não é uma despesa, e sim um investimento, uma cadeia produtiva que emprega centenas de milhares de pessoas”, afirmou.

Investimento recorde em 2025

Neste ano, o Estado investiu R$ 40 milhões no Carnaval, incluindo um aporte emergencial de R$ 16 milhões para as escolas da Série Ouro, após o incêndio que atingiu a fábrica de fantasias em Ramos.

A secretária de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros, destacou que o novo modelo reforça a profissionalização do Carnaval e fortalece as comunidades envolvidas. “O Carnaval tem cumprido todos os requisitos para receber o recurso público. Não olhamos apenas para a Avenida, mas também para os empregos que ele gera. Esse investimento simboliza o reconhecimento da tradição e do impacto social da festa”, afirmou a secretária.

Impacto nas comunidades e geração de empregos

O presidente da Acadêmicos de Santa Cruz, Leonardo Siqueira de Souza, ressaltou a importância do financiamento para a manutenção da cultura carnavalesca e a economia dos bairros. Esse recurso movimenta os bairros, gera empregos dentro das quadras, com os aderecistas e toda a equipe envolvida na produção do desfile. Para nós, foi a luz no fim do túnel. Agora, temos mais segurança para manter essa cultura maravilhosa que é o Carnaval”, declarou.

Por: Carolina Sepúlveda 

Foto: Reprodução