Ramos, bairro onde fábrica foi incendiada, também já teve história com queda de avião
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No início da manhã desta quarta-feira (12), uma fábrica de confecções e adereços de Carnaval localizada em Ramos, bairro da zona norte do Rio de Janeiro pegou fogo. Deixando 21 feridos e 10 pessoas internadas em estado grave. Porém, o bairro do subúrbio carioca já foi também cenário de um desastre aéreo.
O caso aconteceu no dia 22 de dezembro de 1959. Uma aeronave comercial Vickers Viscount, da hoje extinta Viação Aérea São Paulo (Vasp) partiu de Brasília, no Distrito Federal, tendo como destino final Natal, RN. No entanto, antes de pousar no Nordeste, o avião fez escala em SP e faria também no RJ.
Quando Viscount estava se encaminhando para pousar em solo carioca, a aeronave se chocou com um Fokker T-21, um avião de pequeno porte pertencente à Força Aérea Brasileira (FAB) que havia saído da Zona oeste do Rio para treinamento.
A aeronave perdeu a direção e acabou caindo sobre a área a cerca de 350 metros da fábrica incendiada nesta quarta – matando 26 passageiros, seis tripulantes e ainda 10 pessoas que estavam em suas casa pela redondeza, de acordo com informações do jornal da época ”Diário de Notícias”.
O “Diário do Rio” fez uma reportagem quando o acidente completou 62 anos, em 2021 e conversou com alguns moradores da rua na época:
“Eu estava em casa e ouvimos aquele barulho. Daí, logo viemos correndo, eu e minha mãe, ver o que tinha acontecido, e nos deparamos com aquela fumaça saindo. Era muita gente em volta. Foi uma cena desesperadora. Ajudamos a dar água com açúcar a algumas pessoas. Lembro que era um consultório dentário no local e falaram que tinha uma pessoa na cadeira. É impossível esquecer”, disse Carlos Henrique Correia.
“Contaram que uma mulher, devido ao barulho que estava se aproximando, botou a cabeça para fora de casa para ver o que estava acontecendo. Daí, foi justamente quando o avião caiu e explodiu. Falaram que só sobrou a cabeça dela e nunca acharam o corpo”, afirmou Luiz Antônio Viana, residente da Rua Professor Lacé, que fica a menos de 1km dali.
Por: Maria Clara Corrêa
Imagem: Raphael Fernandes/Diário do Rio