Licitação das linhas de ônibus intermunicipais do Rio de Janeiro está para ser concluída
A primeira licitação integral das linhas de ônibus intermunicipais do Rio de Janeiro, em discussão desde 2015, está a ponto de ser concluída. Pesquisas do Departamento Estadual de Transportes (Detro) indicam uma otimização das rotas, eliminando trajetos similares ou que competem com outros meios de transporte, tais como trens e metrô.
O Detro propõe a manutenção de 862 das 1,1 mil linhas já existentes, o que equivale a uma diminuição de aproximadamente 20%. Esta ação pode impactar mais de 500 mil passageiros que viajam todos os dias entre a capital e a área metropolitana. A Secretaria estadual de Transportes está analisando os dados, podendo sugerir alterações.
Rogério Sacci, chefe de gabinete da Secretaria de Transportes, declara que a meta é publicar o edital até o final de março, contudo, destaca que as informações ainda não são definitivas. De acordo com ele, o principal receio é que a racionalização excessiva possa comprometer o serviço ao cidadão.
O secretário Washington Reis, por sua vez, garante que não haverá prejuízo para os passageiros e que, se possível, o edital seria lançado o mais rápido possível.
Uma decisão já tomada é que não haverá encurtamento do percurso de linhas que vêm de outras cidades para estimular integrações, como desejava a prefeitura do Rio, para aumentar a demanda pelo BRT Transbrasil.
Sacci explica que a cultura da população fluminense é de não fazer integração, ao contrário de outros estados, como São Paulo. Ele afirma que o cidadão não entende a necessidade de fazer baldeação e trocar de modal.
Na licitação, as linhas serão oferecidas em blocos, com linhas de grande demanda e lucrativas e outras deficitárias, para garantir o equilíbrio financeiro do operador sem prejudicar os serviços.
Outro ponto em revisão é o tempo para os futuros operadores construírem garagens, prazo que pode ser considerado muito curto.
Ficarão de fora da licitação 12 linhas que ligam a Barra da Tijuca a outros municípios, que foram alvo de concorrência pública separada.
As empresas trabalharão com um novo sistema de bilhetagem eletrônica, que o governo estadual pretende licitar.
O edital deverá exigir que a idade média da frota seja de cinco anos nas linhas urbanas e de seis anos nas rodoviárias, com 20% dos veículos novos. Os ônibus deverão ter computador de bordo, monitoramento por imagem e GPS. Há a possibilidade de que parte da frota na região metropolitana seja de veículos elétricos.
Por: Carolina Sepúlveda
Foto: Daniel Martins