Brasileiros vítimas de tráfico humano em Mianmar são resgatados
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Nesta segunda-feira (10), os brasileiros Luckas Viana dos Santos e Phelipe Ferreira, vítimas de uma rede de tráfico humano no Sudeste Asiático, foram resgatados com ajuda de uma ONG internacional especializada em casos do tipo. Eles foram mantidos como reféns e submetidos a torturas em Mianmar durante meses, após serem enganados com vagas de emprego falsas. Os dois fugiram e correram por 2km.
Após a fuga, eles foram encontrados e detidos por agentes do DKBA (Exército Democrático Karen Budista), grupo armado de rebeldes dissidentes das Forças Armadas de Mianmar, que vive sob regime ditatorial militar há quatro anos e é dominada por milícias armadas pró e contra o governo.
Phelipe foi atraído por uma vaga de emprego na Tailândia cerca de um mês após o paulistano Luckas Viana dos Santos, de 31 anos, cair na rede de tráfico humano.
“Ele já tinha trabalhado na Tailândia em um cassino no ano passado. De lá, ele foi para Dubai e ficou três meses também em um cassino, e, depois, seguiu para as Filipinas. Em agosto, ele voltou ao Brasil e conseguiu um emprego no Uruguai, mas logo em seguida chegou essa proposta pelo Telegram”, relatou Antônio Ferreira, pai de Phelipe.
A partir do dia 22 daquele mês, os familiares perderam o contato com o rapaz. A última localização do telefone do brasileiro indica que ele estava em uma estrada próximo a uma área de mata em Mianmar.
“Estou me sentindo o homem mais feliz do mundo. Eu pensei que não ia mais conseguir ver meu filho, mas graças a Deus e a ajuda da ONG, conseguimos”, disse Antônio.
A mãe de Luckas, Cleide Viana, contou que o filho também tinha experiência trabalhando em cassinos no Sudeste Asiático, onde atuava no atendimento a clientes brasileiros. Ele se mudou para a Tailândia no mês de setembro em busca de novas oportunidades de emprego.
“A ideia era trabalhar em um cassino. Foi aí que apareceu a vaga pelo Telegram. Ele iria trabalhar como intérprete de brasileiros. Ofereceram moradia, um salário equivalente a R$ 8 mil e um contrato de seis meses”, relatou Cleide.
“A gente está muito feliz, mas preocupados ainda. Já sabíamos da fuga, só que soubemos hoje que foram presos por alguma milícia em Mianmar, e o DKBA pegou eles. Agora, é outra etapa, mas eles ainda correm risco porque, como foi fuga, a máfia ainda pode estar procurando eles”, afirmou Ana Paula, prima de Luckas.
O Itamaraty não se manifestou.
Por: Ágatha Araújo
Foto: reprodução