Inea encontra resíduos de óleo na Baía de Guanabara após incêndio em fábrica da Ilha do Governador
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O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) encontrou resíduos de óleo na Baía de Guanabara, próximo à fábrica da Moove Lubricants Holdings, localizada na Ilha do Governador, atingida por um incêndio no sábado. A extinção do incêndio no complexo, localizado na Ribeira, só ocorreu após 28 horas de esforço dos bombeiros. A Cosan, proprietária da Moove, comunicou que foram implementadas ações de contenção, abrangendo aspectos ambientais, sociais e financeiros, com o objetivo de reduzir os efeitos.
Ao longo deste domingo, equipes do Inea usaram boias para “prender” o poluente. “As equipes mobilizadas pelo Plano de Área da Baía de Guanabara estão atuando na contenção e recolhimento deste resíduo, mantendo o cerco instalado, para que não haja a dispersão para outras áreas”, informou o instituto.
“Tem pouco óleo na Baía por conta do incêndio. Acontece que a água utilizada para apagar o fogo levou um pouco de resíduo. Porém, está tudo sob controle, bem tranquilo”, esclareceu Bernardo Rossi, secretário de Ambiente e Sustentabilidade
Já o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou que vai investigar as causas e consequências ambientais do incêndio. “Como parte das providências imediatas, será requisitado ao Inea, nesta segunda-feira (10), um relatório técnico detalhado sobre a operação da fábrica, as possíveis causas do incêndio e seus impactos ambientais na região”, informou, em nota.
O MPRJ destacou que “os impactos ambientais provocados pela unidade já eram objeto de atuação da promotoria antes do incidente, por meio de uma ação civil pública ajuizada em 2013 contra a Exxonmobil Química LTDA., então proprietária da fábrica, devido à contaminação ambiental causada pela operação do local”, prosseguiu.
A venda da fábrica permitiu que a Cosan Lubrificantes e Especialidades S/A assumisse as responsabilidades legais do caso. No ano de 2024, a companhia expressou o desejo de assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPRJ, com o objetivo de reparar os prejuízos ambientais provocados pela operação industrial.
“No entanto, as negociações não foram concluídas, devido à complexidade técnica para a definição do valor da indenização. Agora, com o incêndio, qualquer tratativa de TAC está suspensa até que sejam apuradas integralmente as causas do acidente e seus impactos ambientais”, declarou o MPRJ.
Por: Carolina Sepúlveda
Foto: Divulgação