Instituto Afro pede que MP proíba shows públicos de Claudia Leitte na Bahia
Nesta terça-feira (4), o Ministério Público da Bahia (MP-BA) recebeu uma petição para que o Governo do Estado e a Prefeitura de Salvador não contratem a cantora Claudia Leitte para apresentações artísticas públicas. a petição foi protocolada pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idrafro) e pela Ialorixá Jaciara Ribeiro, que acusam a artista de racismo religioso. Agora, o órgão deve avaliar a solicitação.
A petição, que será analisada pela Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, alega que Claudia Leitte teria praticado intolerância religiosa ao modificar o nome de um orixá em uma de suas músicas.
“Importante ressaltar que o MP preza pela análise cautelosa das informações em todo e qualquer procedimento, respeitando aspectos legais e critérios técnico-jurídicos de apuração, com responsabilidade, respeito às partes e transparência”, diz o MP.
Esta é a segunda manifestação do Idafro ao Ministério Público da Bahia em relação à cantora. Em vídeos de shows de dezembro, Claudia Leitte aparece substituindo um trecho original da música “Caranguejo”.
A letra original da música diz: “Saudando a rainha Iemanjá”. No vídeo, porém, ela trocou esse trecho por “Eu canto meu Rei Yeshua”, em alusão a Jesus Cristo. O fato gerou polêmica nas redes sociais e foi amplamente criticado por líderes religiosos e especialistas em cultura afro-brasileira.
A alteração na letra da canção ocorre em um contexto específico, uma vez que Claudia Leitte se converteu em 2014 e desde então se considera evangélica.
De acordo com o MP, o início da investigação foi motivado por uma representação feita pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Idafro, ainda em dezembro. O inquérito civil foi aberto pela Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa do Ministério Público do Estado da Bahia.
Por: Carolina Sepúlveda
Foto: Reprodução Internet