Militares acusados de matar Rubens Paiva ganham R$ 140 mil por mês
Protagonizado por Selton Mello no longa “Ainda Estou Aqui”, o ex-deputado federal Rubens Paiva foi torturado durante o período de chumbo no Brasil. Os militares acusados de terem assassinado o parlamentar recebem, juntos, uma quantia de R$ 140 mil por mês. O valor é relativo às pensões e aos salários de cinco integrantes reformados do Exército. Ao ano, o valor pago pelo governo federal é de R$ 1.682.904,12.
Major reformado, Jacy Ochsendorf e Souza recebe pouco mais de R$ 23 mil de salário bruto, sem desconto – que consiste em pensão alimentícia, fundo saúde e imposto de renda. O general reformado José Antônio Nogueira Belham recebe quase R$ 35,9 mil por mês do governo federal.
Já os réus Rubens Paim Sampaio, Raymundo Ronaldo Campos e Jurandyr Ochsendorf e Souza morreram após o início do processo, mas, ao todo, oito familiares continuam recebendo pensão. Sem os descontos, o valor total ultrapassa R$ 80 mil.
O MPF denunciou os militares pelos crimes de homicídio doloso qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e quadrilha armada, em 2014. Contudo, a denúncia só foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021. Ainda em 2014, o MPF chegou a pedir que os denunciados tivessem as aposentadorias e os pagamentos cancelados, além da fixação de uma indenização a ser paga à família de Rubens Paiva pelos suspeitos.
“O homicídio de Rubens Paiva foi cometido por motivo torpe, consistente na busca pela preservação do poder usurpado em 1964, mediante violência e uso do aparato estatal para reprimir e eliminar opositores do regime e garantir a impunidade dos autores de homicídios, torturas, sequestros e ocultações de cadáver”, diz o documento assinado pelos procuradores-gerais.
Ninguém foi julgado ou preso.
Por: Ágatha Araújo
Foto: Arquivo Veja