Certidão de óbito de Rubens Paiva é alterada: ‘Causada pelo Estado’

A certidão de óbito do engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva, que tem sua história relembrada no longa “Ainda estou aqui”, foi alterada para morte “violenta, causada pelo Estado brasileiro”.

O filme “Ainda Estou Aqui” fala sobre a história da esposa de Rubens Paiva, Eunice Paiva, e de sua família, que foi transformada pela ditadura militar brasileira. A obra é baseada na autobiografia homônima do jornalista Marcelo Rubens Paiva, filho do casal.

A certidão de óbito, divulgada pelo portal g1 e emitida pelo Cartório da Sé, em São Paulo, nessa quinta-feira (23), diz que Rubens Beyrodt Paiva teve morte “não natural; violenta; causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964”.

O documento ainda traz a informação de que o marido de Eunice Paiva está “desaparecido desde meados de 1971”.

A mudança atende uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de dezembro do ano passado, que determina que os cartórios têm que corrigir as certidões de óbito de 202 mortos durante o regime militar.

A versão anterior do documento, emitida em 1996 após uma luta de mais de 25 anos de Eunice Paiva, falava que Rubens Paiva era considerado desaparecido desde 1971, sem causa da morte definida.

Créditos da imagem: Reprodução/Memorial da Democracia

Escrito por: Rafael Ajooz