Pata-de-vaca: chá pode ajudar no controle da diabetes

Já ouviu falar sobre o chá de pata-de-vaca como tratamento para diabetes? A planta é famosa por ajudar a regular a glicemia, que se torna descontrolada em pessoas com diabetes, uma condição caracterizada pela ausência ou uso inapropriado de insulina pelo corpo, resultando em um aumento da glicose no sangue (hiperglicemia).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, aproximadamente 20 milhões de brasileiros são afetados pela doença metabólica. De fato, a planta auxilia no controle do açúcar no sangue, mas ela deve ser empregada no tratamento? A seguir, compreenda a ação da planta, suas contraindicações, instruções de uso e outras vantagens.

A Bauhinia forficata, conhecida como pata-de-vaca, é uma árvore de 5 a 9 metros cujas folhas em formato de cascos bovinos são usadas no tratamento do diabetes. Seus derivados, como chás e cápsulas, possuem ação hipoglicemiante, auxiliando no controle da glicemia. Estudos in vitro e clínicos confirmam seus benefícios, atribuídos à presença de flavonoides, conforme revisão publicada na Revista Eletrônica Acervo Saúde.

“Compostos bioativos, como a kaempferitrina (um tipo de flavonoide) e outros polifenois, inibem as enzimas salivares e pancreáticas alfa-amilase e alfa-glicosidase, presentes na borda em escova intestinal. Esse processo reduz a atividade dos transportadores de glicose dependentes de sódio (SGLT1), diminui a liberação desse açúcar pelo fígado e estimula sua captação por tecidos periféricos do corpo. Em resumo, esses compostos ajudam a diminuir a glicemia ao incentivarem o uso da glicose por células musculares”, explica Amanda Lima, nutricionista da clínica Gastro ABC.

Além da diminuição da glicose, o Banco de Plantas do Horto Didático de Plantas Medicinais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) indica outros usos e benefícios do chá de pata-de-vaca. Entre eles:

  • uso no tratamento de cistite;
  • ação diurética, anti-inflamatória, adstringente, expectorante e refrescante;
  • diminuição do colesterol (hipocolesteremiante) e de lipídios (hipolipemiante)
  • uso para lavar feridas, úlceras e chagas ou aftas bucais (gargarejos);
  • aplicação no couro cabeludo, como anticaspa.

A recomendação de preparo do chá de pata-de-vaca, segundo a nutricionista, é usar uma colher (sopa) de folhas picadas para cada 150 ml de água. A infusão pode ser ingerida de duas a três vezes por dia.

Para outras formas de consumo, a indicação da especialista é:

  • extrato seco: 250mg, uma vez ao dia;
  • pó: 400 mg, duas vezes ao dia;
  • tintura: 20 a 30 gotas, três vezes ao dia.

Ainda de acordo com o Horto Didático de Plantas Medicinais da UFSC, a pata-de-vaca é comumente usada no mate tereré como refrescante e diurético. Na Argentina, em comunidades indígenas, os princípios ativos da planta são usados para tratar catarros e ajudar na digestão.

Apesar dos benefícios e baixa toxicidade, o consumo da pata-de-vaca exige cautela. Segundo uma nutricionista, ela é contraindicada para menores de 12 anos, gestantes, lactantes, pessoas com hipotireoidismo em tratamento prolongado e indivíduos com hipoglicemia, devido ao risco de redução excessiva da glicose no sangue. Como a hipoglicemia pode causar desmaios, convulsões, coma e até morte, é essencial buscar orientação médica antes de usar o chá de pata-de-vaca como complemento ao tratamento da hiperglicemia.

Por: Carolina Sepúlveda 

Foto: reprodução