Brasil registra retorno do sorotipo 3 da dengue após 17 anos, com maior incidência em São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná

O Ministério da Saúde confirmou a presença do sorotipo 3 da dengue no país, após um período de 17 anos. São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná foram os estados com maior fluxo de pessoas.

Segundo dados do ministério, em dezembro de 2024, 40,8% dos casos de doença foram causados pelo sorotipo 3. Outros três sorotipos estão disponíveis: DENV-1, DENV-2 e DENV-4.

À CNN, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, disse que o ministério acompanha a situação. “Nós temos um elemento de alerta que é o sorotipo 3, que não estava circulando nos anos anteriores. A gente está acompanhando o comportamento do vírus e fazendo alertas aos estados e municípios”, afirmou.

A médica infectologista Ana Lucia Senna, do Hospital de Clínicas Mario Lioni, esclarece que os sintomas são comuns aos quatro sorotipos. “Não há como determinar por qual tipo é a infecção apenas pelos sintomas apresentados”, explica.

“Os casos sintomáticos podem apresentar três fases clínicas: febril, crítica e de recuperação. Na fase febril há, habitualmente, febre alta que dura de dois a sete dias após início abrupto, associada à cefaleia, fraqueza, dores musculares e articulares e dor no fundo dos olhos”, completa a especialista.

De acordo com a especialista, a vacina oferecida pelo sistema de saúde, que contém o vírus vivo atenuado, mostrou eficácia contra os tipos DENV-1 e DENV-2. Em situações de DENV-3, a taxa de cobertura foi reduzida, enquanto para DENV-4 não existem dados que possam confirmar.

Durante as duas primeiras semanas de 2025, o Painel de Monitoramento das Arboviroses, vinculado ao Ministério da Saúde, reporta que ocorreram 52.938 casos prováveis de dengue, resultando em quatro óbitos confirmados pela enfermidade. Outras 56 estão sob análise. No mesmo intervalo de 2024, ocorreram 112.956 infecções, resultando em 102 óbitos devido à dengue.

Por: Carolina Sepúlveda 

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