Biden assina ordem executiva para reforçar defesas cibernéticas dos EUA após ataques atribuídos da China e Rússia

Nesta quinta-feira (16), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinará uma ordem executiva que representa seu último esforço para fortalecer as defesas cibernéticas do país, após uma sequência de ataques cibernéticos danosos a redes federais, atribuídos pelas autoridades americanas a agentes da China e da Rússia.

A decisão resulta de um estudo de meses conduzido por autoridades americanas sobre operações de hacker significativas que ocorreram durante o mandato de Biden, desde a suposta interrupção de um fornecedor de satélite pela Rússia antes da invasão da Ucrânia, até a alegada interferência da China nas redes de telecomunicações dos Estados Unidos para monitorar os líderes políticos republicanos e democratas.

O objetivo é “colocar a nova administração e o país em um caminho para o sucesso contínuo” e “tornar mais custoso e difícil para a China, Rússia, Irã e criminosos de ransomware hackear”, afirmou Anne Neuberger, uma autoridade sênior da Casa Branca, a repórteres na quarta-feira (15).

De acordo com um rascunho revisado pela CNN, a ordem instruirá as agências a empregar criptografia mais robusta para salvaguardar as chamadas e mensagens de texto de servidores federais contra interceptações. É uma alusão ao ataque hacker chinês às telecomunicações, que teve como alvo alvos que utilizaram mensagens inseguras. A orientação também concede à agência cibernética do Departamento de Segurança Interna mais autoridade para recolher informações relevantes de redes de outras entidades para investigar operações avançadas de hacking. Isso facilita para o Departamento do Tesouro punir cibercriminosos ou espiões que prejudicam a infraestrutura vital dos Estados Unidos.

A ordem executiva também pede novos programas para tentar reduzir os bilhões de dólares em fraudes de identidade que afetaram os americanos e usar inteligência artificial para proteger o setor de energia americano de hacks.

A administração Biden intensificou as exigências de segurança para empresas de software que fornecem produtos ao governo dos EUA. Após uma análise das práticas da Microsoft revelar falhas evitáveis que permitiram ataques hackers em 2023, a empresa anunciou mudanças em suas políticas.

Uma nova ordem executiva determina que contratados demonstrem, com dados públicos, que seus softwares atendem a padrões mínimos de segurança, complementando uma medida anterior de Biden que já estipulava requisitos básicos. As agências federais agora publicarão essas informações online, aumentando a transparência.

Por: Carolina Sepúlveda 

Foto: reprodução