Bolo envenenado: polícia detalha plano de nora para matar sogra

A gaúcha Deise dos Anjos foi presa há uma semana, acusada pela polícia de envenenar a sogra e outras seis pessoas em Torres, no Rio Grande do Sul, com um bolo feito com arsênio. Depois de ingerirem o bolo, três pessoas morreram. Zeli dos Anjos, a sogra, não morreu. Ela vomitou após comer o doce, chegou a ficar internada na UTI e teve alta na sexta (10).

Com as suspeitas de envenenamento, a polícia decidiu investigar também a morte do sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, que era marido de Zeli. Ele morreu em setembro. O corpo foi exumado na semana passada, e a perícia apontou que ele também havia ingerido arsênio.

Conforme apurado pelo Fantástico, Deise planejou todas as etapas do crime.

O encontro de Natal que terminou em morte ocorreu em 23 de dezembro, no apartamento de Maída, uma das vítimas fatais e irmã de Zeli.

O marido de Maída, Jefferson, diz que todos começaram a passar mal logo depois de comer o bolo.

“A Zeli comeu primeiro e disse: ‘Bah, um gosto estranho’… Quando eu dei a primeira mordida, também senti um azedume. Daí a Neuza foi comer. Comeu, deu uma mordida, foi pra segunda… ‘Não, não come porque não está legal esse bolo'”, relembra Jefferson, que foi liberado após atendimento médico.

Neuza Denise, outra irmã de Zeli, é uma das três pessoas mortas, assim como a filha dela, Tatiana. O marido dela, João, não comeu o bolo. O filho de Tatiana, de 10 anos, também foi hospitalizado.

Uma amiga da família, que prefere não se identificar, foi à polícia para contar que, três dias antes do episódio, Tatiana havia alertado sobre problemas que existiam entre ela e os sogros.

“Relatei a questão das ameaças que ela [Deise] fez à Zeli, que a Tati me falou. A história da mensagem que a Deise mandou para a Zeli, dizendo que ainda vai ver toda a família dentro de um caixão. Do Paulo também, né? Que ela disse ‘eu quero que tu morra’ em uma discussão”, conta a amiga da família.

Após o crime, o celular de Deise foi apreendido os investigadores encontraram as seguintes pesquisas na internet: “veneno para o coração”, “arsênio veneno”, “veneno que mata humano”. Em um áudio, ela também falava mal da sogra e dizia que ela “é uma peste”.

A substância foi misturada à farinha usada para fazer o bolo. A polícia tenta descobrir como essa farinha adulterada foi parar da despensa de Zeli.

Por: Ágatha Araújo

Foto: reprodução