Cientistas defendem criação da sexologia espacial para missões de longa duração

A permanência dos astronautas Butch Wilmore e Suni Williams na Estação Espacial Internacional (ISS), após a nave de testes Starliner, da Boeing, retornar à Terra sem tripulação, reacendeu debates sobre a sexualidade no espaço. Embora a questão ainda seja tabu nas agências espaciais, cientistas defendem que ela seja tratada de forma mais aberta e sistemática.

Pesquisadores liderados por Simon Dubé, da Universidade de Concórdia, propõem a criação da “sexologia espacial”, disciplina que investigaria os aspectos biológicos, psicológicos e sociais da sexualidade fora da Terra. Segundo Dubé, “as relações humanas determinarão se prosperaremos como uma civilização espacial”, destacando a importância de abordar o tema para o bem-estar mental e emocional dos astronautas em missões de longa duração.

Embora estudos sobre reprodução animal no espaço já existam, as agências como Nasa e ESA evitam discutir a sexualidade humana, temendo conflitos interpessoais e dinâmicas de equipe. Dubé e sua equipe, no entanto, defendem que incluir o erotismo nas discussões científicas pode promover saúde mental, adaptação e até combater sexismo e discriminação em ambientes espaciais e militares.

Por: Beatriz Queiroz
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