Mark Zuckerberg anuncia mudanças nas políticas de moderação de conteúdo e critica censura nas redes sociais
Mark Zuckerberg anunciou, nesta terça-feira (7), mudanças nas políticas de moderação de conteúdo e checagem de informações nas plataformas da Meta (Facebook, Instagram e Threads). O CEO afirmou que as medidas têm o objetivo de acabar com a “censura” nas redes sociais e criticou governos da União Europeia, América Latina e China por suas ações regulatórias. Segundo Zuckerberg, a América Latina tem “tribunais secretos de censura”. Ele ainda revelou que buscará apoio do governo de Donald Trump para pressionar governos globais a eliminar regulações que, em sua visão, restringem a liberdade de expressão nas plataformas. A Meta não se manifestou sobre a declaração.
Zuckerberg afirmou que as mudanças visam devolver às redes sociais suas “raízes e origens”, criticando os sistemas de regulação atuais, que considera excessivamente políticos e falhos. Para o CEO, com menos regulação, será mais fácil evitar o apagamento indevido de conteúdo de “pessoas inocentes”. No vídeo, ele também atacou as regulamentações de redes sociais impostas por governos em várias partes do mundo, mencionando que a “América Latina tem tribunais secretos de censura”. Embora não tenha citado o Brasil diretamente, a declaração remete ao bloqueio do X no ano passado, determinado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, após a plataforma se recusar a cumprir ordens para bloquear perfis ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro acusados de espalhar desinformação.
“Trabalharemos com o presidente Trump para repelir os governos de todo o mundo que estão perseguindo empresas americanas e pressionando para censurar mais. Os EUA têm as proteções constitucionais mais fortes do mundo para a liberdade de expressão. A Europa tem um número cada vez maior de leis, institucionalizando a censura e dificultando a criação de algo inovador por lá. Os países latino-americanos têm tribunais secretos que podem ordenar que as empresas retirem as coisas do ar silenciosamente. A China censurou nossos aplicativos, impedindo-os até mesmo de funcionar no país. A única maneira de impedirmos essa tendência global é com o apoio do governo dos EUA. E é por isso que foi tão difícil nos últimos quatro anos, quando até mesmo o governo dos EUA pressionou por censura”, afirmou Zuckerberg.
De acordo com Zuckerberg, eliminar as ferramentas de regulação de conteúdo mais complexas é uma forma de “restituir a liberdade de expressão que se perdeu ao longo dos anos”. As alterações, que começarão a ser implementadas nos Estados Unidos, utilizarão a Notas da Comunidade, onde os usuários terão a responsabilidade de assinalar conteúdos que considerem ilegais. Assim, a Meta pretende simplificar suas diretrizes de moderação e reduzir as notificações de conteúdo prejudicial nas plataformas. Trata-se de um modelo desenvolvido por Elon Musk no X.
Por: Carolina Sepúlveda
Foto: reprodução