Bolo envenenado: nora pesquisou sobre arsênio um mês antes de crime

Presa suspeita de envenenar um bolo que causou a morte de três pessoas da mesma família em Torres (RS), Deise Moura dos Anjos pesquisou sobre o químico arsênio na internet um mês antes de sua sogra, Terezinha Silva dos Anjos, preparar o doce.

De acordo com o TJRS, um relatório preliminar dos dados extraídos do telefone da suspeita mostra que houve “busca na internet, inclusive no Google shopping, pelo termo arsênio e similares”.

Arsênio é um elemento químico liberado no ambiente de maneira natural ou pela ação do homem e componente usado na fabricação de alguns pesticidas. A exposição a arsênio pode causar intoxicação alimentar e reações similares a alergias, câncer em caso de exposição recorrente, e até morte.

“Encontramos níveis elevados de arsênio em todas as vítimas que vieram a óbito. Esses níveis tão elevados indicam a causa da morte por envenenamento”, disse Marguet Mittmann, diretora do Instituto Geral de Perícias do RS.

Seis pessoas comeram o bolo, incluindo Zeli, que teve alta da UTI nesta segunda-feira (06). As irmãs Maida e Neuza morreram, assim como a filha de Neuza, Tatiana. O filho de Tatiana, de 10 anos, também ingeriu o doce e chegou a ser internado, mas foi liberado.

As investigações sugerem que a nora colocou veneno na farinha da sogra por causa de um desentendimento familiar que aconteceu 20 anos atrás.

“Essas divergências não eram relevantes para nos fazer acreditar em uma sequência tão trágica, porém a gente sabe que a cabeça das pessoas é uma caixa de surpresa e foi uma surpresa para nós também”, afirmou Sabrina Deffente, diretora regional da Polícia Civil no litoral norte.

Deise está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres e responde por suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada.

Por: Ágatha Araújo

Foto: reprodução