Saúde ou marketing? Suplementos viram tendência entre celebridades, apesar de eficácia questionada
Celebridades frequentemente transformam seus nomes em marcas, lançando produtos que vão de perfumes a itens de bem-estar. Agora, o ex-jogador britânico David Beckham se junta a esse seleto grupo com o lançamento de uma linha de suplementos alimentares, fruto de uma parceria com a Prenetics, empresa de biotecnologia.
A novidade inclui um suplemento em pó com 92 ingredientes, prometendo substituir outros produtos do mercado, e uma pílula focada na “longevidade celular”. Beckham é o rosto da marca, que destaca colaborações com cientistas e instituições renomadas, como a Mayo Clinic e a Nasa.
Apesar do entusiasmo, especialistas alertam: suplementos não substituem uma dieta equilibrada.
“Para a maioria das pessoas saudáveis, uma alimentação adequada é suficiente para suprir as necessidades nutricionais”, afirma o médico Pieter Cohen, da Universidade de Harvard. Ele destaca que tais produtos só devem ser usados em casos de deficiência comprovada.
O mercado global de suplementos explodiu nos últimos anos, movimentando US$ 220 bilhões em 2023, com previsão de atingir US$ 330 bilhões até 2028. No entanto, o consumo excessivo traz riscos. Excesso de cálcio pode aumentar a chance de câncer de próstata, enquanto altos níveis de vitamina A podem causar náuseas e tonturas.
A entrada de Beckham no setor reforça uma tendência em que celebridades não apenas vendem, mas criam produtos voltados ao bem-estar. Mesmo assim, médicos reiteram: nenhuma pílula substitui os benefícios de uma alimentação saudável e balanceada.
Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução