Brasil não participa de giro latino-americano de González contra Maduro
O oposicionista venezuelano Edmundo González, que anunciou um giro pela América Latina para denunciar o presidente Nicolás Maduro, ainda não tem uma agenda definida para um possível encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Brasil. Até o momento, o Palácio do Planalto e o Itamaraty não receberam um pedido formal de reunião.
Diplomatas brasileiros, sob reserva, consideram que não seria prudente receber González, pois o Brasil busca se posicionar como mediador entre governo e oposição na Venezuela, visando uma solução pacífica para as eleições locais. Em sua rede social “X”, González anunciou o início de sua viagem:
“Começa nossa viagem pela América Latina. Primeira parada: Argentina”
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarou Nicolás Maduro vencedor nas eleições de julho, mas sem apresentar as atas eleitorais. Maduro assumirá um novo mandato de seis anos nesta sexta-feira. Embora países como os Estados Unidos e a Argentina reconheçam González como vencedor, o Brasil não valida a vitória de Maduro, mas também não reconhece González como presidente legítimo.
Simultaneamente ao giro de González, o governo de Maduro anunciou uma recompensa de 100 mil dólares por informações sobre seu paradeiro. González está asilado na Espanha desde setembro, com um mandado de prisão expedido por Caracas.
Embora ainda não haja previsão de uma visita de González ao Brasil, o governo Lula enviará à posse de Maduro a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira. A tensão entre Brasil e Venezuela aumentou após a orientação de Lula de vetar a entrada da Venezuela na Cúpula dos Brics.
Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução