IA supera especialistas na identificação de aromas de uísque, aponta estudo
E se a inteligência artificial ultrapassasse os seres humanos na arte de selecionar um único malt? De acordo com uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (19), algoritmos de aprendizado de máquina conseguiram identificar os aromas predominantes de diversos uísques de maneira mais eficaz do que um perito.
A maioria dos odores ao nosso redor é formada por uma combinação complexa de moléculas que interagem com nosso sistema olfativo para produzir uma impressão particular. Este é o caso do uísque, que possui um perfil aromático definido por mais de 40 compostos, além de poder incluir uma quantidade ainda maior de compostos voláteis não odoríferos.
Isso torna particularmente desafiador avaliar ou identificar as propriedades aromáticas de um uísque apenas com base em sua estrutura molecular.
Todos sabemos que, os químicos conseguiram realizar essa tarefa graças a dois algoritmos de aprendizado de máquina, conforme evidenciado pelos resultados de uma pesquisa publicada nesta quinta-feira na Communications Chemistry.
O primeiro algoritmo, OWSum, é uma ferramenta estatística para perceber odores moleculares desenvolvida pelos autores do estudo.
O segundo, CNN, é uma rede neural convolucional que ajuda a descobrir relações em conjuntos de dados muito complexos, como aqueles entre “as moléculas mais influentes e os atributos de aroma” em um uísque misturado, disse à AFP Andreas Grasskamp, pesquisador do Fraunhofer Institute for Process Engineering and Packaging IVV em Freising (Alemanha) e principal autor do estudo.
Os pesquisadores “treinaram” os algoritmos fornecendo a eles uma lista de moléculas detectadas por cromatografia gasosa e espectrometria de massas em 16 amostras de uísque: Talisker Isle of Skye Malt (10 anos), Glenmorangie Original, Four Roses Single Barrel, Johnnie Walker Red Label e Jack Daniel’s, entre outros.
Eles também lhes deram descritores de sabor determinados para cada amostra por um painel de 11 especialistas.
Os algoritmos foram, então, usados para identificar o país de origem de cada uísque e suas cinco notas dominantes.