Caso Marielle: Moraes libera parte do salário de Giniton Lages, acusado de obstruir investigações

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a liberação parcial do salário do delegado Giniton Lages, acusado de ter obstruído as investigações no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco. Desde que foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo magistrado, em 24 de março, o policial civil vinha recebendo o equivalente a um salário mínimo. Agora, o acusado poderá voltar a receber no máximo R$ 12 mil.

Segundo a Polícia Federal, que apura o mandante do crime contra a parlamentar e o motorista Anderson Gomes, Giniton teria atrapalhado as investigações na época em que era responsável pelo inquérito do duplo homicídio. Atualmente, o delegado está afastado das funções e faz uso de tornozeleira eletrônica.

Nos recorrentes pedidos de desbloqueio, a defesa de Giniton argumentou que a falta de acesso ao salário, — de cerca de R$ 25 mil líquidos —,  “afeta seu orçamento doméstico e o sustento de seus dois filhos menores”. Cerca de quinze dias após indeferir totalmente a solicitação, Moraes recebeu um novo pedido e, no último dia 18, decidiu pelo desbloqueio parcial das verbas de “natureza salarial”, determinando que o Banco Central disponibilize o valor de R$ 12 mil mensalmente.

“A soma dos custos mensais do agravante com a própria moradia (R$ 8.561,68) e com a educação dos dois filhos pequenos (R$ 3.418,00) chega ao patamar de R$ 11.979,68 – ou seja, praticamente R$ 12 mil –, valor que, embora ultrapasse muito o salário mínimo vigente no país, ainda assim encontra-se bem aquém da sua remuneração total.”, argumentaram os advogados de Giniton.

Por: Ágatha Araújo

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