Pena de militares que atiraram 62 vezes contra carro de músico é reduzida para 3 anos
Nesta quarta-feira (18), o Superior Tribunal Militar (STM) acatou parte do recurso da defesa e reduziu as penas de oito militares do Exército acusados pelas mortes do músico Evaldo Rosa e do catador de latinhas Luciano Macedo, em abril de 2019, no Rio de Janeiro. Os acusados vão cumprir somente 3 anos de condenação, todos em regime aberto.
Não cabe mais recurso da decisão na Justiça Militar, já que o STM é a última instância. Entretanto, a constitucionalidade da decisão pode ser questionada no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na ocasião, Evaldo e a família seguiam em direção a um chá de bebê, quando o veículo foi alvejado por 62 tiros. Nove deles atingiram o músico, que morreu na hora. O sogro dele também foi baleado, mas sobreviveu. Já Macedo passava pelo local e foi atingido pelos tiros ao tentar ajudar a família de Rosa. O catador chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
“Uma decisão horrível, lamentável, triste. Muito complicado. Mas era um pouco de se esperar. Porque no país em que a gente vive a gente sabe que não existe justiça, principalmente para pobre e preto”, disse a esposa de Evaldo, Luciana Santos.
Luciana diz que não pretende recorrer da decisão.
“Vou ver com os meus advogados pra ver o que a gente pode fazer. Mas por mim pararia por aqui mesmo. Não confio porque sabemos que a Justiça é muito falha, e algo que faz muito mal pra mim, pra minha família, pro meu filho. É como eu tivesse que voltar no início de tudo o que eu vivi seis anos atrás”, afirmou.
Por: Ágatha Araújo
Foto: reprodução