Justiça determina soltura de sócios do PSC Lab Saleme investigados por falhas em testes de HIV
A Justiça do Rio de Janeiro determinou, nesta terça-feira (10), a soltura de Walter e Matheus Vieira, sócios do PSC Lab Saleme, laboratório investigado por erros em exames de HIV em órgãos transplantados. Eles foram presos em outubro e agora responderão ao processo em liberdade, com medidas cautelares, como a apreensão de passaportes e a proibição de contato com as vítimas infectadas.
A decisão, unânime, foi tomada pelo desembargador Marcelo Castro Anatocles, que acolheu a defesa dos acusados, representada pelo advogado Afonso Destri. Segundo a defesa, a prisão preventiva já não era necessária, pois as investigações avançaram.
Além dos sócios, o habeas corpus também foi concedido a dois funcionários do laboratório, o técnico Ivanilson dos Santos e a auxiliar administrativa Jacqueline de Assis, que já estava em regime domiciliar. Outros dois colaboradores, Cléber dos Santos e Adriana Vargas, permanecem presos, aguardando nova análise.
O laboratório PSC Lab Saleme é responsável por testes falhos realizados em janeiro e maio deste ano, que resultaram na infecção de seis transplantados com HIV. O primeiro laudo incorreto foi assinado por Walter Vieira, médico ginecologista e responsável técnico da empresa, e o segundo por Jacqueline de Assis, que, segundo a acusação, não tinha qualificação para a função. A investigação aponta que os erros podem ter sido causados por decisões ligadas à redução de custos.
O laboratório, fundado pelos Vieira, tem laços estreitos com a gestão estadual de saúde, especialmente com o ex-secretário Luizinho, que é parente dos sócios.
Por: Beatriz Queiroz
Foto: Rafael Campos