Mulher acusada de cometer racismo em hotel na Barra da Tijuca é autuada por intolerância religiosa
Neste sábado (07), uma mulher acusada de cometer racismo em um hotel na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, foi atuada por intolerância religiosa. As vítimas, integrantes do Observatório Mãe Beata de Iemanjá, afirmaram que foram xingadas por ela de “gente horrorosa com essas roupas, gordas, feias”, durante um seminário de combate ao preconceito às religiões de matriz africana, que acontecia no hall do estabelecimento.
O caso foi registrado na 16ª DP e encaminhado à Justiça.
A Iyalorisá Glauciele T’Osun, dirigente do Ilê Asé Omi Gbonã, em Seropédica, uma das vítimas, conta que foi embora do evento após os insultos:
“Eu estou bastante abalada, retornei para casa. É triste ver o quanto algumas pessoas ainda não entendem que todos merecem respeito.”
Glauciele conta que os xingamentos começaram por volta das 12h, momento em que acontecia um debate sobre o papel da Justiça no combate ao racismo religioso. Uma das palestrantes convidadas era a defensora pública da União Natália von Rondow, que acionou a Polícia Militar ao ser convocada para prestar auxílio aos presentes no evento.
“Justamente em um dos dias do lançamento do Observatório, que é para combater o racismo religioso, acontece isso. Foi algo bem simbólico. Acho que retrata bem o que é o racismo religioso no país: é uma violência constante e não há um minuto de paz”, afirma a advogada.
Por: Ágatha Araújo
Foto: divulgação