PM usa bombas de gás para conter protesto de professores na Câmara

Nesta terça-feira (03), a tentativa de votar o Projeto de Lei Complementar 186/24, que propõe uma série de mudanças na jornada de trabalho dos professores, foi marcada por tumulto na Câmara dos Vereadores do Rio. Um protesto, que começou com uma marcha da Candelária até a Cinelândia, onde fica a casa legislativa, teve intervenção da Polícia Militar, que usou bombas para dispersar manifestantes que tentaram invadir o plenário. Os professores, que já haviam sido informados de que a entrada seria controlada, tentaram forçar a entrada, o que teria motivado a confusão.

Proposto pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), o projeto pretende mudar a carga horária dos servidores, que deixa de ser contabilizada por horas semanais e passará a ser por minutos. O objetivo é recuperar os 400 minutos de aulas que deixam de ser dados pela aula ter 50 minutos de duração. Dessa maneira, os professores teriam que trabalhar em mais 24 tempos de aula por mês. Além da carga horária, o projeto também sugere alterar regras jurídicas. O PL propõe a extinção da licença especial de três meses a cada cinco anos de serviço e a perda de direitos de adicionais em atividades insalubres ou perigosas. Além disso, a nova regra prevista proíbe que servidores em licença médica se envolvam em atividades não remuneradas.

Na manifestação desta terça, a Polícia Militar, que já havia se posicionado nas imediações, usou bombas de efeito moral e spray de pimenta para controlar os manifestantes e impedir que os protestos avançassem para o interior da Casa Legislativa. A entrada lateral do prédio foi isolada, e reforços policiais, incluindo unidades do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM), chegaram ao local para manter o controle da situação.

Apesar da mobilização e do confronto, o projeto seguiu para votação em sessão extraordinária, sem as emendas que serão discutidas na próxima quinta-feira (05). Os líderes do Sindicato dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEPE) seguem em greve desde o último dia 25.

Por: Ágatha Araújo

Foto: reprodução