Escassez de insulina no SUS pode diminuir com novo contrato com fábrica mineira

A escassez de insulina no Sistema Único de Saúde (SUS), tema abordado pelo Jornal da Band nesta semana, pode começar a ser resolvida com um contrato fechado pelo governo com uma fábrica mineira. O problema, que afeta milhares de diabéticos no Brasil, é em grande parte causado pela oferta de insulinas mais antigas, fabricadas desde a década de 1980, que estão em baixa produção globalmente. Embora existam opções mais modernas e eficazes, como as “insulinas análogas”, a transição para elas ainda não se concretizou de forma abrangente.
“Essas novas insulinas permitem um controle melhor, como se fosse um pâncreas natural. Já está na hora de migrarmos para elas”, afirmou Fadlo Fraige, presidente da Federação Internacional de Diabetes para América Latina. Em resposta, a comissão responsável pela incorporação de medicamentos ao SUS recomendou a inclusão de insulinas mais modernas, mas a decisão final ainda não foi tomada.
Em algumas regiões, governos estaduais e prefeituras já fornecem tratamentos mais modernos, mas ainda há queixas de desabastecimento. Eva, comerciante e mãe de um diabético, contou que teve de gastar mais de mil reais para comprar o medicamento em farmácias após a insulina moderna ficar em falta.
“Tive que comprar no cartão de crédito, me virando como posso”, disse ela ao Jornal da Band.
Em abril, o governo federal anunciou a inauguração de uma nova fábrica de insulina em Minas Gerais, com investimento de mais de 300 milhões de reais de bancos públicos, prometendo resolver o problema de abastecimento. No entanto, sete meses depois, nenhuma dose foi destinada ao SUS. A produção foi direcionada para o mercado privado. Em setembro, a empresa BIOMM venceu uma licitação para fornecer três milhões de unidades de insulina ao SUS, o que deve suprir a demanda por três meses, com a entrega prevista para daqui a 60 dias.
O Ministério da Saúde informou que está avaliando a ampliação dos tipos de insulina disponíveis no SUS para garantir o abastecimento contínuo.
Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução