Padre de Osasco é um dos 37 indiciados em inquérito sobre tentativa de golpe

Entre os 37 indiciados pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21), na operação que apura o planejamento de um golpe de estado, está o padre católico José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco. Em depoimento à PF, o religioso afirmou que apenas conversou com investigados pelos ataques de 8 de janeiro apenas para prestar “apoio espiritual” e que não tem nenhuma ligação com a tentativa de golpe.

Em fevereiro, ele foi alvo da operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal. A operação cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva contra pessoas acusadas de participação na elaboração da tentativa de golpe de estado no Brasil, em janeiro do ano passado.

O padre é conhecido por usar as redes sociais para discutir guerra cultural e temas polêmicos como aborto e influência de famosos na vida de crianças e adolescentes. No relatório final, que vai além de 880 páginas, ele é citado como integrante do núcleo jurídico do esquema. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, o núcleo assessorava os membros do suposto plano de golpe de estado na elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas.

Por meio de nota, José negou ter participado de qualquer ato antidemocrático.

“Abaixo de Deus, em nosso país, está a Constituição Federal. Portanto, não cooperei nem endossei qualquer ato disruptivo da Constituição. Como professor de teologia moral, sempre ensinei que a lei positiva deve ser obedecida pelos fiéis, dentre os quais humildemente me incluo. Estou inteiramente à disposição da justiça brasileira para qualquer eventual esclarecimento, recordando o dever de toda a sociedade de combater qualquer tipo de intolerância religiosa”, disse.

Por: Ágatha Araújo

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