Brasileiro e argentina são indiciados por racismo após imitarem macacos em roda de samba

Nesta quarta-feira (20), a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) indiciou por racismo o professor Thiago Martins Maranhão, de 41 anos, e a argentina Carolina de Palma, filmados imitando gestos de macacos numa roda de samba em Santa Tereza. O caso ocorreu em julho deste ano e foi gravado pela jornalista Jackeline Oliveira, que participava do evento. As imagens foram entregues à polícia, que iniciou a investigação por racismo no dia 22 daquele mês.

“Concluímos que houve uma discriminação racial no evento. A dança imitando macaco remete a todo um racismo que é histórico, uma comparação que é feita entre animais e pessoas negras, no sentido de desumanizá-las”, ressaltou a delegada Rita Salim, titular da Decradi.

Thiago mora em São Paulo e estava no Rio para participar de um fórum de educação musical. Em depoimento, o professor alegou que ele e Carolina “imitaram vários bichos, entre eles, caranguejo, pássaros, elefante e macaco, além de uma árvore”. Já Carolina alegou que na Argentina o ato de imitar macacos não é crime e que o gesto “não tinha sentido discriminatório”.

“Isso não é permitido nem em tom de brincadeira, porque racismo recreativo é punido pela lei, é considerado crime e não é admitido. liberdade de expressão encontra limite no direito do outro e, no caso feriou a dignidade da pessoa humana”, destacou a delegada.

Os dois vão responder por racismo e podem pegar de 3 a 5 anos de prisão.

Por: Ágatha Araújo

Foto: reprodução