Estudantes da PUC são demitidos de escritório de advocacia após caso de racismo: ‘Cotistas e pobres’

Estudantes do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo foram demitidos de seus estágios após proferirem xingamentos racistas contra alunos cotistas durante uma partida de handebol em um evento universitário, ocorrida no último sábado (19). Na ocasião, os estudantes da PUC entoaram cantos racistas contra os alunos rivais da partida, da Universidade de São Paulo (USP).

O pessoal da PUC começaram a gritar: ‘Cotistas, ainda por cima são cotistas, pobres, pobres'”, afirma da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, que preferiu não se identificar.

Os estudantes foram identificados como Tatiane Joseph Khoury, Arthur Martins Henry, Matheus Antiquera Leitzke e Marina Lessi de Moraes.

Por meio de uma nota, o escritório Pinheiro Neto Advogados, onde Tatiane Joseph Khoury trabalhava, informou a demissão da estagiária após o caso de racismo e lamentou o ocorrido.

“O escritório reitera que não tolera e repudia racismo ou qualquer outro tipo de preconceito. Informamos que a estagiária envolvida nesse episódio não integra mais o escritório.”

O escritório Castro Barros Advogados demitiu o estudante Arthur Martins Henry. O desligamento foi informado em um comunicado sobre o episódio, afirmando que não admite atos discriminatórios por parte de seus funcionários.

“Qualquer pessoa que ignore ou despreze esse fato não tem condições de fazer parte do Castro Barros Advogados”, disse.

A empresa Machado Meyer Advogados publicou uma nota sobre o envolvimento de uma de suas funcionárias, Marina Lessi de Moraes, que também foi demitida após o caso de racismo.

“O Machado Meyer recebeu ao longo do dia notícias a respeito dos eventos ocorridos nos jogos jurídicos estaduais de São Paulo. Neste contexto, informa que fará as apurações necessárias e avaliará as medidas a serem tomadas”.

O estudante Matheus Antiquera Leitzke também foi desligado do escritório onde trabalhava, Tortoro Madureira & Ragazzi.

“O estagiário Matheus Antiquera Leitzke nos confirmou que praticou os atos a ele imputados nos atos discriminatórios contra estudantes da USP durante jogos universitários realizados no interior de São Paulo, no último final de semana. Como consequência, ele foi desligado do escritório”.

Por: Ágatha Araújo

Foto: reprodução