G20: Lula lança ‘Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza’

Na abertura da Cúpula do G20, realizada nesta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o agravamento das desigualdades sociais, raciais e de gênero no mundo e anunciou o lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.

O presidente destacou que 733 milhões de pessoas passam fome no mundo, enquanto 6 bilhões de toneladas de alimentos são produzidos anualmente e US$ 2,4 trilhões são gastos em ações militares.

“A fome é a expressão biológica dos males sociais. É produto de decisões políticas que perpetuam a exclusão de grande parte da sociedade”, afirmou Lula.

Lula afirmou que o mundo enfrenta seu pior momento em décadas, com o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e os impactos devastadores de fenômenos climáticos extremos.

“Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma aliança global contra a fome e a pobreza. Essa é uma condição imprescindível para construir sociedades mais prósperas e um mundo de paz”, destacou.

O presidente reforçou que o Brasil já retirou 24,5 milhões de pessoas da extrema pobreza desde o início de seu mandato e prometeu tirar o país novamente do mapa da fome até 2026. Ele também criticou a desigualdade global e ressaltou o papel do G20, que responde por 85% do PIB mundial, como líder nas mudanças necessárias.

“Que esta cúpula seja marcada pela coragem de agir”, concluiu ao formalizar a criação da Aliança Global, que contará com a participação de países fora do G20.

A iniciativa já conta com o apoio de 81 países, 26 organizações internacionais, novas instituições financeiras, além de fundações e ONGs.

“Eles estarão no centro da agenda internacional”, concluiu Lula.

Entre os pilares da iniciativa estão a mobilização de recursos financeiros, políticas públicas baseadas em evidências e a coordenação internacional. A FAO, em Roma, sediará o Mecanismo de Apoio da Aliança, financiado parcialmente pelo Brasil até 2030.

A Aliança também prevê a realização de cúpulas regulares e a participação ativa de um Conselho de Campeões, liderado no Brasil pelo ministro Wellington Dias. O Banco Interamericano de Desenvolvimento já anunciou o aporte de US$ 25 bilhões para viabilizar as metas do projeto.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução