Escultor denuncia intolerância religiosa e homofobia: ‘Suma do condomínio ou vamos invadir’
Um escultor encontrou na porta de seu apartamento pichações com ofensas homofóbicas e de intolerância religiosa. João Júnior é morador de um condomínio de Madureira, na Zona Norte do Rio. Ao RJTV, exibido neste sábado (16), João relatou o desrespeito que sofreu e denunciou o caso como intolerância religiosa.
“Bruxo, filho do diabo, servo de Satanás. Pegue suas imagem (sic) e suma do nosso condomínio. Ou vamos invadir e quebrar tudo. Depois, queimar em nome de Jesus. Viado dos infernos”, contou João ao ler a mensagem.
Em 2023, a cidade do Rio de Janeiro foi a que teve mais denúncias de intolerância religiosa no Brasil, com 170 casos registrados.
João segue a religião do Candomblé e faz esculturas usadas em cultos de religiões de matriz africana e imagens símbolos da Igreja Católica. Ele acredita que sua profissão motivou os ataques.
“Aterrorizante, né? Um medo que invade e é algo que vai te consumindo com o tempo. Fiquei alguns dias dormindo até mesmo na minha irmã até minha cabeça entender o que estava realmente acontecendo”, conta.
Os criminosos não foram identificados. O condomínio informou que as câmeras estavam desligadas.
“Foi dito que houve uma queda de luz e aí a gente não consegue nem a imagem, né, nesse período”, disse o morador.
À TV Globo, o condomínio explicou que não há câmeras no bloco e que estão em processo de instalação.
“Eu não consigo mais prever um futuro do quanto eu já tinha previsto e tinha me planejado, né, tinha me projetado para algo muito maior. Isso me fez me limitar. O medo me limitou de saber até onde eu posso ir. Se eu tenho que fazer uma reforma, se eu tenho que fazer algo novo, comprar móveis. Toda essa mudança que você planeja na sua cabeça da realização de um sonho se torna quase um pesadelo”, lamentou João.
Por: Ágatha Araújo
Foto: reprodução