R$ 8,5 bilhões permanecem sem saque no Sistema de Valores a Receber, segundo Banco Central
Até o final de setembro, R$ 8,53 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro não foram resgatados pelos brasileiros, segundos dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira (7).
Esses valores, contabilizados no Sistema de Valores a Receber (SVR), representam a soma que foi deixada em contas antigas, investimentos e outros meios. Embora o SVR já tenha devolvido R$ 8,35 bilhões, uma parte significativa dos R$ 16,88 bilhões disponibilizados desde o início do programa, em fevereiro de 2022, permanece inativa.
No dia 16 de outubro, esses valores foram transferidos para o Tesouro Nacional, aguardando novas regras de resgate. De acordo com o Banco Central, um edital será publicado detalhando os procedimentos para que os titulares possam solicitar o saque. Se, no entanto, não houver manifestação em 25 anos, o montante será definitivamente incorporado ao património da União.
Os dados do SVR são atualizados com uma defasagem de dois meses, portanto, os números referentes a outubro, último mês antes do repasse ao Tesouro, serão divulgados somente em dezembro. Dos quase 70 milhões de correntistas com direito a valores esquecidos, 35,3% já retiraram suas quantitativas. Desse grupo, 22,7 milhões são pessoas físicas e 1,9 milhão são empresas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, predominam aqueles com pequenos valores a receber: 63,52% têm direito a menos de R$ 10, enquanto apenas 1,83% têm valores superiores a R$ 1 mil.
O SVR segue disponível para consultas, permitindo aos cidadãos verificar a existência de recursos a receber. Entre as melhorias, há a possibilidade de compartilhar informações via WhatsApp, consultar valores de pessoas falecidas e acessar dados de empresas encerradas. Para a consulta, é necessário que o usuário tenha uma conta Gov.br nos níveis ouro ou prata.
O Banco Central alerta, entretanto, sobre possíveis golpes de estelionatários que se oferecem como intermediários para o resgate de valores. Todos os serviços do SVR são gratuitos, e o BC reforça que não envia links nem contata os cidadãos para tratar de valores a receber.
Por: Beatriz Queiroz
Foto: Arquivo OnBus
*Contém informações da Agência Brasil