Com vitória de Trump e dólar em alta, Haddad defende foco na economia interna para proteger Brasil de impactos do cenário externo
Após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, acompanhada de uma alta no dólar, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a importância de o Brasil fortalecer sua economia interna para enfrentar possíveis impactos externos.
Em declaração nesta terça-feira (5), Haddad afirmou que o resultado eleitoral nos EUA trouxe um clima de apreensão global, especialmente em países emergentes e endividados.
“Na campanha, foram ditas muitas coisas que causam apreensão não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Causam apreensão nos mercados emergentes, causam apreensão nos países endividados, na Europa. O dia amanheceu mais tenso em função do que foi dito durante a campanha”
Apesar de expressar preocupações com o impacto das políticas de Trump, Haddad observou que o discurso do ex-presidente após a vitória foi mais moderado, o que pode indicar uma abordagem menos agressiva em questões globais.
“Mas entre o que foi dito e o que vai ser feito… Nós sabemos que isso já aconteceu no passado, as coisas às vezes não se traduzem da maneira como foram anunciadas. E o discurso pós-vitória oficiosa, não é oficial ainda, mas, após os primeiros resultados, já é um discurso mais moderado do que o da campanha”
O ministro apontou que é fundamental que o Brasil se concentre em fortalecer a economia doméstica, principalmente em tempos de incerteza externa. A alta do dólar, que ultrapassou R$ 6,10 após o anúncio da vitória de Trump, reforça a necessidade de medidas econômicas internas para assegurar maior estabilidade.
Haddad também mencionou os avanços do pacote de cortes de gastos previsto para breve, com foco em reduzir despesas públicas em até R$ 50 bilhões. Esse pacote faz parte do compromisso de longo prazo com a sustentabilidade das contas públicas. Segundo o ministro, o presidente Lula está ciente dos desafios e do papel de uma política fiscal robusta para dar previsibilidade econômica e mitigar os efeitos de oscilações internacionais sobre o Brasil.
Por: Beatriz Queiroz
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil