Favela 20 lança documento destinado aos líderes do G20 que destaca participação das comunidades nas políticas públicas

Na manhã desta segunda-feira (4), o Favelas 20 (F20), um fórum apoiado pelo G20 Social, lançou um documento com seis recomendações políticas destinadas aos líderes que participarão da reunião do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro. Essas propostas foram elaboradas a partir de sugestões coletadas de mais de 300 organizações de comunidades periféricas brasileiras e têm como objetivo levar as preocupações e demandas das favelas para as discussões internacionais.

Durante a cerimônia de lançamento, que coincide com o Dia Nacional da Favela, Rene Silva, representante do F20, enfatizou a importância de abordar questões preventivas em vez de reativas.

“O F20 surgiu para que a gente possa trazer essa carta de recomendações com o nosso olhar. A gente costuma, no Brasil, a trabalhar com o remediar, depois que já aconteceu. O que a nossa carta traz é, na verdade, a prevenção. É a gente olhar para o futuro com olhar de prevenção, sobre o que que está por vir. Quais são os problemas? Quais são os nossos desafios? E a favela tem a solução”, disse ele, destacando que as favelas possuem soluções para os desafios que enfrentam.

As recomendações foram entregues na emblemática estação do teleférico do Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, fechada desde 2016, simbolizando a urgência de se ouvir as vozes das periferias. A pesquisadora da Fiocruz, Adriana Sotero, ressaltou a necessidade da academia ser parceira das comunidades, trazendo dados científicos que respaldem as reivindicações.

A cúpula do G20, programada para os dias 18 e 19 de novembro, reunirá líderes de 19 países e instituições internacionais. Daniel Diowo, presidente da Comunidade Congolesa no Rio, expressou a importância de dar voz às favelas em um contexto global, afirmando que “o Brasil, como país acolhedor, seria bom ter voz para levarmos até outras favelas do mundo inteiro para ser ouvido”.

As seis recomendações apresentadas incluem:

  1. Combate às desigualdades, pobreza, fome e promoção da saúde mental;
  2. Combate à crise climática e promoção da transição energética justa;
  3. Acesso à água potável, saneamento básico e higiene pessoal;
  4. Combate ao risco de desastres naturais;
  5. Transformação, inclusão digital e cultural;
  6. Finanças sustentáveis.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução/TV Globo