TCE determina suspensão de pagamento a PCS Lab Saleme, envolvido em escândalo de HIV

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou a suspensão dos pagamentos feitos pelo Estado do Rio de Janeiro ao PCS Saleme, laboratório que forneceu órgãos com HIV a seis pacientes transplantados. De acordo com o TCE, os depósitos continuaram sendo efetuados, mesmo após três semanas do escândalo e prisões dos sócios.

Durante as últimas três semanas, não houve qualquer ato administrativo determinando a suspensão dos pagamentos.

A suspensão dos repasses é apenas uma etapa da investigação do TCE nesse caso. A corte de contas segue apurando se houve direcionamento nas contratações do Governo do Estado. O relatório do tribunal aponta uma série de irregularidades nas contas da Fundação Saúde, como altos valores repassados de maneira questionável, incluindo cerca de R$ 29 milhões realizados em apenas um único dia.

O laboratório PCS Saleme pertence a Walter Vieira e Matheus Teixeira Vieira, tio e primo do ex-secretário de saúde, Doutor Luizinho, atual deputado federal pelo Rio de Janeiro.

Para o Tribunal de Contas do Estado, a manutenção dos pagamentos demonstra desrespeito às boas práticas de governança e alimenta as suspeitas de direcionamento e favorecimento.

“Esse caso não é isolado, mas parte de um histórico em que contratações irregulares e direcionadas em benefício de pessoas em virtude de laços pessoais e/ou políticos têm sido recorrentes”, dizia o relatório.

Por meio de nota, a Fundação Saúde os pagamentos ao PCS Saleme já estavam suspensos e que ainda não foi notificada pelo Tribunal de Contas, mas informou que abriu uma sindicância e colabora com o inquérito da Polícia Civil.

Por: Ágatha Araújo

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