Caso Marielle: após sentença do júri, parentes miram ação no STF para condenar mandantes

Nesta quinta-feira (31), os parentes de Marielle Franco e Anderson Gomes se emocionaram com a leitura da sentença da juíza Lúcia Glioche, que condenou os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz a 78 e 59 anos de prisão, respectivamente. Porém, as famílias imediatamente afirmaram que a luta não acabou e agora, miram a condenação dos mandantes.

Acusados de serem mandantes, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão; e de ser o mentor do crime, o delegado Rivaldo Barbosa, serão julgados no Supremo Tribunal Federal.

Pai de Marielle, Antônio da Silva Neto afirmou ainda no Tribunal de Justiça do Rio que a luta da família “não acaba aqui”.

“Não acaba aqui porque tem mandantes. E agora a pergunta que nós vamos fazer é: ‘Quando serão condenados os mandantes?’ Porque aquele choro que eles exibem nas suas oitivas, pra mim, não é um choro sincero. O choro sincero foi o nosso, porque nós perdemos a nossa filha, a Agatha perdeu o Anderson e a Mônica perdeu a Marielle”, afirmou Antônio.

Ágatha Arnaus também se posicionou sobre a sentença dos reús.

“Quem tem que perdoar é Deus ou quem acredite. Eu não perdoo, nunca. Eu tenho paz na minha vida, mas eu não preciso perdoar. Que eles eram assassinos, a gente já sabia. Agora a gente também tem ex-parlamentares e ex-chefe de polícia que tem que ser responsabilizados também”.

O ex-policial militar Ronnie Lessa, o autor dos disparos naquela noite de 14 de março de 2018, recebeu a pena de 78 anos e 9 meses de prisão. O também ex-PM Élcio Queiroz, que dirigiu o Cobalt usado no atentado, foi condenado a 59 anos e 8 meses de prisão.

Contudo, por conta das delações premiadas que assinaram, as penas podem ser reduzidas.

O Ministério Público, que queria 84 anos de prisão para os dois, afirmou que vai recorrer.

Por: Ágatha Araújo

Foto: Brunno Dantas/TJRJ