PL propõe reconhecimento do Museu Nacional como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do RJ
O Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e localizado na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, pode ser reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A proposta, que faz parte do Projeto de Lei 1.914/23, foi aprovada em segunda discussão pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) nesta quinta-feira (31/10) e agora aguarda a sanção do governador Cláudio Castro, que terá um prazo de 15 dias úteis para decidir sobre o texto.
A declaração como patrimônio cultural imaterial visa preservar a relevância histórica e cultural do Museu Nacional, sem restringir a realização de obras ou reformas em suas instalações. Fundado em 1818, o museu é a instituição científica mais antiga do Brasil e, até setembro de 2018, era considerado um dos maiores museus de história natural e antropologia das Américas. No entanto, um incêndio devastador em 2 de setembro de 2018 destruiu grande parte de seu acervo.
Desde o incêndio, o museu tem se dedicado à reconstrução e preservação de suas coleções. A primeira exposição pós-incêndio foi realizada em 17 de janeiro de 2019, na Casa da Moeda, apresentando pesquisas sobre fósseis de animais marinhos, resultado do trabalho dos pesquisadores da instituição.
Antes da tragédia, o Museu Nacional contava com um acervo de mais de 20 milhões de itens, que incluíam preciosos registros da memória brasileira em ciências naturais e antropologia, além de coleções de diversas regiões e civilizações do mundo. Entre os destaques estava o esqueleto de Luzia, considerado o fóssil humano mais antigo das Américas.
Além de sua relevância científica, o edifício do museu possui um valor histórico significativo, tendo sido residência da família real portuguesa entre 1808 e 1821 e da família imperial brasileira de 1822 a 1889. O local também abrigou a primeira Assembleia Constituinte Republicana entre 1889 e 1891, antes de ser transformado em espaço cultural em 1892.
Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução/Museu Nacional Vive