Parlamento de Israel proíbe agência da ONU de operar no país

Apesar da pressão internacional contra o projeto, o parlamento de Israel, o Knesset, aprovou nesta segunda-feira (28) projetos de lei que impedem o trabalho da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) dentro de Israel, o que deve prejudicar o trabalho da organização nos territórios palestinos ocupados.

A UNRWA é a principal agência humanitária que atende os refugiados palestinos e atua na região há 70 anos. Ela emprega 20 mil pessoas e oferece educação, saúde e assistência social e humanitária aos palestinos em diversos países. A legislação aprovada pelo parlamento israelense deve dificultar o trabalho da agência na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ao proibir qualquer contato das autoridades israelenses com os representantes da UNRWA.

A medida foi criticada pelo chefe da organização, Philippe Lazzarini, que afirmou que a votação viola a Carta da ONU e as obrigações de Israel com o direito internacional, sendo essa mais uma campanha para desacreditar a agência.

“Esses projetos de lei só vão aprofundar o sofrimento dos palestinos, especialmente em Gaza onde as pessoas estão passando por mais de um ano de puro inferno. Isso⁠ privará mais de 650 mil meninas e meninos de acesso à educação, colocando em risco uma geração inteira de crianças”, disse em uma rede social.

Lazzarini explicou que acabar com a UNRWA não pode tirar o status de refugiados dos palestinos e que esse é um status protegido por resolução da Assembleia Geral da ONU.

“Esses projetos de lei aumentam o sofrimento dos palestinos e nada mais são do que uma punição coletiva”, acrescentou ele.

Israel vem acusando a UNRWA de ajudar o Hamas e outros grupos armados palestinos. Tais acusações foram os principais argumentos usados pelos legisladores para aprovar os projetos. Em abril deste ano, um relatório independente investigou as acusações e disse que Israel não apresentou provas de que funcionários da UNRWA tenham qualquer tipo de relação com atividades militares dos palestinos.

 

Créditos da imagem: Divulgação/Commons

Escrito por: Rafael Ajooz