MP, PF e Polícia Civil investigam influência de sócio de clínica que implantou órgãos infectados com HIV

Matheus Vieira, filho de Walter Vieira, que foi preso na manhã desta segunda-feira (14), está sendo investigado pela contaminação de seis pessoas por HIV após transplantes de órgãos fornecidos pelo laboratório PCS Lab Saleme. Além dessa clínica, Matheus também comanda outra empresa do ramo de saúde e que também teve contratos com a rede de saúde estadual.

Vieira é também primo do deputado federal e ex-secretário de Saúde do Rio, Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, conhecido como o Doutor Luizinho (PP), que de Brasília mantém uma teia de influência na pasta que comandava. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) investiga se houve irregularidades ou abuso de poder na contratação do laboratório, que ocorreu enquanto Doutor Luizinho era secretário.

Além de fornecer laudos fraudulentos, a Polícia Civil acredita a clínica também agia de forma ilegal tanto no âmbito dos exames de doadores quanto no processo de contratação.

A outra empresa de Matheus Vieira é a Quântica Serviços de Radiologia, contratada por mais de R$ 8 milhões entre 2021 e 2022 pela Organização Social (OS) Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional (IPCEP), que administrava o Hospital estadual Getúlio Vargas e a UPA da Penha. O objetivo dessa empresa era realizar serviços de exames de raio-x, tomografia computadorizada e ultrassonografia nas duas unidades.

O MPRJ instaurou um inquérito para apurar a influência do deputado no processo licitatório e a prestação inadequada dos serviços. A Polícia Civil e a Polícia Federal também investigam o caso, considerado sem precedentes pela Secretaria Estadual de Saúde, após um transplantado apresentar complicações neurológicas nove meses após a cirurgia de coração. O laboratório PCS Lab Saleme foi interditado.

Por: Ágatha Araújo

Foto: reprodução