Cocaína rosa, coquetel de drogas sintéticas, se torna preocupação após crescimento do uso na Europa

A cocaína rosa, um coquetel de drogas sintéticas, emergiu como uma grande preocupação na Espanha, no Reino Unido e em outras partes da Europa. Em uma operação realizada no início de setembro, as autoridades espanholas apreenderam uma quantidade significativa da substância, além de mais de um milhão de pílulas de ecstasy, durante ações voltadas para desmantelar redes de distribuição em Ibiza e Málaga.

A cocaína rosa, associada a um aumento de mortes por overdose, é uma mistura imprevisível de substâncias que podem incluir MDMA, cetamina e 2C-B. Embora tenha “cocaína” em seu nome, a substância não contém necessariamente esse componente. O MDMA, conhecido como ecstasy, é um estimulante com efeitos psicodélicos, enquanto a cetamina, um anestésico potente, pode causar sedação e alucinações. As drogas da classe 2C são psicodélicas e também podem ter efeitos estimulantes.

Normalmente encontrada em pó ou em forma de pílula, a cocaína rosa se destaca por sua coloração vibrante, resultante da adição de corantes alimentícios e, às vezes, de sabores como morango. A substância, que ganhou popularidade em festas da América Latina, se espalhou para a Europa, sendo conhecida por diversos nomes, incluindo “cocaína rosada”, “tuci”, “Vênus” e “Eros”.

A mistura de substâncias e a adição de cetamina trazem riscos significativos para os usuários, que muitas vezes esperam um efeito estimulante semelhante ao da cocaína, mas podem enfrentar consequências graves para a saúde. Especialistas alertam que o uso da cocaína rosa é comparável a “jogar roleta russa”, dada a imprevisibilidade de seus efeitos.

A droga, vendida a cerca de US$ 100 por grama (aproximadamente R$ 550) na Espanha, está se espalhando rapidamente, com aumento na sua disponibilidade também em Nova York. As autoridades de saúde europeias estão em alerta, já que a cocaína rosa é difícil de detectar em testes comuns de drogas. Em resposta ao aumento de seu uso, especialistas pedem a implementação de serviços de verificação de drogas, que podem ajudar os usuários a identificar substâncias perigosas e reduzir danos.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Divulgação/Conselho Federal de Farmácia