Relatório de Transparência Salarial mostra que mulheres no Brasil ganham, em média, 20,7% a menos que homens

As mulheres no Rio de Janeiro enfrentam uma disparidade salarial significativa em relação aos homens, recebendo em média 27,25% a menos. De acordo com o 2º Relatório de Transparência Salarial, elaborado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres, a remuneração média masculina é de R$ 5.568,75, enquanto a feminina é de R$ 4.051,19. O relatório, que utiliza dados de empresas com 100 ou mais funcionários, revela que a diferença salarial varia entre os grupos ocupacionais, com uma discrepância de 29% em cargos de direção e gerência.

O estudo, apresentado em 18 de setembro, incluiu resposta de 4.254 empresas que empregam 1,56 milhão de pessoas. Emcomparação ao primeiro relatório, divulgado em março, a diferença salarial feminina passou de 24% para 27,25%. No contexto racial, o documento mostra que mulheres negras são mais numerosas do que mulheres não negras nas empresas analisadas, mas recebem 39,36% menos em média.

O relatório também destaca a necessidade de políticas de igualdade salarial. Apenas 59,7% das empresas têm planos de cargos e salários, e 38% possuem políticas para incentivar a contratação de mulheres. Em todo o Brasil, a diferença salarial entre homens e mulheres é de 20,7%, com 50.692 empresas participando da pesquisa.

A Lei nº 14.611/2023, que determina a igualdade salarial, exige que as empresas publiquem seus relatórios individuais até 30 de setembro e estabelece multas para aquelas que não o fizerem. A lei visa não apenas a transparência salarial, mas também a promoção da diversidade e inclusão no ambiente de trabalho, especialmente para mulheres e grupos racialmente marginalizados.

Rosane Silva, do Ministério das Mulheres, enfatiza que o Plano Nacional de Igualdade Salarial busca promover a entrada e ascensão de mulheres em áreas de trabalho mais bem remuneradas, destacando a importância de apoiar mães solo e mulheres que sustentam suas famílias. Ela ressalta que a igualdade salarial beneficiará a sociedade como um todo, especialmente as mulheres em situação de vulnerabilidade econômica.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução