Mulher vira policial e prende assassino do pai 25 anos depois do crime em Roraima

Mais de duas décadas após o assassinato de seu pai, Givaldo José Vicente de Deus, a escrivã Gislayne Silva de Deus, de 36 anos, participou da operação que resultou na prisão do acusado, Raimundo Alves Gomes, de 60 anos, na quarta-feira (25), em Boa Vista, Roraima. Gomes estava foragido desde 2016, quando um mandado de prisão foi expedido após sua condenação, em 2013, a 12 anos de prisão pelo homicídio.

O crime ocorreu em 16 de fevereiro de 1999, quando Gislayne, então com apenas 9 anos, perdeu o pai em um bar, onde foi atingido por um tiro durante uma briga relacionada a uma dívida de R$ 150. Após o incidente, o acusado levou a vítima para o hospital, mas fugiu imediatamente. O caso só foi julgado 14 anos depois, resultando na condenação de Gomes.

Gislayne iniciou sua trajetória acadêmica em Direito em 2007 e, sete anos depois, tornou-se advogada. Embora não tivesse planejado uma carreira na polícia, acabou prestando concurso e ingressou na Polícia Penal de Roraima em 2022, onde trabalhou na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e no Departamento do Sistema Prisional.

Em 2024, ela foi aprovada no concurso da Polícia Civil e, ao assumir o cargo de escrivã, pediu para ser lotada na Delegacia Geral de Homicídios (DGH), na esperança de encontrar e prender o responsável pela morte de seu pai. Gislayne utilizou suas habilidades para reunir informações sobre o paradeiro de Gomes, conseguindo localizar o último mandado de prisão expedido em 2019.

A prisão ocorreu em uma área de chácaras no bairro Nova Cidade, também na zona Oeste de Boa Vista. De acordo com o advogado Bruno Caciano, a pena de 12 anos de Gomes prescreveria em 2031, caso não fosse cumprida. A audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (26) manteve a prisão do acusado, que foi encaminhado ao sistema prisional do estado.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução